Interviews #004 - Richard Marty

Beatsong Beatsong · 7 months ago · 776 views
Meu foco principal é estudar o local da festa que irei tocar, a que horas irei tocar e para quem irei tocar. Essas tracks não precisam ser necessariamente as mais conhecidas, mas são aquelas que eu sei que vão realmente envolver a galera.
Interviews #004 - Richard Marty

Com uma paixão ardente pela música eletrônica desde 2014, não apenas abraçou essa cena, mas também se tornou uma figura destacada nela. Ele é um DJ, produtor musical e produtor de eventos que está moldando sua carreira na música eletrônica do Brasil. O artista gravou um mix exclusivo para a nossa plataforma e agora tivemos a oportunidade de conversar com ele, a fim de entender mais a fundo sobre sua trajetória e inspirações.



01 - Qual sua maior inspiração para produzir? Como é o seu processo criativo?

Minhas maiores inspirações para produzir são tracks de artistas que tenho de referência. Gosto de selecionar pelo menos três tracks que sinto que se complementam para criar a base do meu processo criativo. A ideia é direcionar a música para um som que me agrade e que seja do meu estilo, sempre com inspiração naquilo que eu gosto de ouvir.

02 - Qual artista é o seu favorito no momento e porque?

Emanuel Satie, Maga, DSF, Eric Sharp e Nicole Mondalber são algumas das minhas inspirações no momento. Gosto do Emanuel Satie porque ele combina elementos clássicos com sons modernos. Já o Maga porque gosto do contraste que ele coloca nos sets, sempre transitando entre o introspectivo e o expansivo. O DSF me inspira pelas tracks envolventes e pelo estilo musical (deep house/afro house). Da parte do Eric Sharp, me inspiro muito nos vocais, que vão desde o house até o indie dance. E a Nicole Mondalber porque ela consegue transitar do House ao Techno com muita facilidade, sempre envolvendo demais a pista.

03 - Em que clube, festa ou festival você ainda sonha em tocar?

Tenho vários locais na minha lista. Por enquanto, estão no topo da lista dos clubes o D-Edge e o Warung. Falando de festas e festivais, gostaria muito de tocar Warung Day, UP, Time Warp e Gop Tun.

04 - Como você se prepara antes de uma apresentação? Existe algum ritual ou rotina que você segue para garantir um bom desempenho?

Sempre procuro me concentrar para aliviar a ansiedade, buscando trazer meu pensamento para o presente e deixando de focar em eventuais erros que possam acontecer no futuro. Umas das técnicas que utilizo é focar nos objetos que têm à minha volta, sem pensar em mais nada. Inclusive, usei essa técnica antes do Warmup para o Vintage Culture na festa Vintage Intense, evento que rolou em Uberlândia neste ano, porque estava ansioso por saber que milhares de pessoas iriam me assistir. E a técnica dá certo, viu? Deu tudo certo!

Também tenho uma rotina de estudos voltada para a música. Toda semana, dedico várias horas à produção musical com dois professores diferentes, cada um com a suas abordagens e perspectivas técnicas e criativas. Além disso, faço cursos de mixagem, masterização e design de som, que sempre são uma ótima opção para o aprimoramento da produção.

05 - Quais são os principais aspectos que você considera ao montar um setlist para uma apresentação? Como você equilibra suas escolhas entre músicas populares e faixas menos conhecidas?

Meu foco principal é estudar o local da festa que irei tocar, a que horas irei tocar e para quem irei tocar. A ideia é selecionar inicialmente faixas que tenham um impacto forte na pista de dança. Essas tracks não precisam ser necessariamente as mais conhecidas, mas são aquelas que eu sei que vão realmente envolver a galera. A partir dessas escolhas chave, eu construo o restante do set de forma progressiva em volta delas. Integro faixas mais introspectivas e sutis nas transições para criar uma atmosfera envolvente, elevando gradualmente a energia até chegar aos pontos altos. Essa estratégia me permite manter um equilíbrio entre músicas populares e faixas menos conhecidas, garantindo uma dinâmica no set.

06 - Por fim, como você enxerga o papel do DJ e Produtor Musical na experiência da vida noturna e na cultura da música eletrônica em geral?

A meu ver, as pessoas vão a festas e eventos buscando principalmente diversão e um momento de alívio das preocupações do dia a dia. É por isso que o papel do DJ é crucial, pois temos o poder de transformar uma noite comum em algo extraordinário. Já tive experiências pessoais em que um set específico mudou completamente meu humor para melhor, funcionando quase como uma terapia. Por outro lado, os produtores musicais desempenham um papel fundamental ao criar as faixas que definem a vibe de cada evento.

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